terça-feira, 16 de junho de 2009

Bossa Nostra


Nação Zumbi - "Bossa Nostra",
do álbum "Fome de Tudo"(2007)

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Somewhere...


Judy Garland -"Somewhere over the rainbow"
(from "The Wizard of Oz")

Language is a virus


Laurie Anderson - "Language is a virus"

Paradise

"Paradise Is exactly like Where you are right now Only much much Better."

Laurie Anderson

sábado, 9 de maio de 2009


Paris, Maio 68

Portugal, vai-te foder!

O general António de Spínola acaba de publicar um novo livro, “Portugal, vai-te foder!”. Notabilizado pelo célebre best-seller “Portugal e o futuro”, onde defendia uma solução política para as colónias portuguesas de então, pondo fim à guerra do ultramar, neste novo ensaio refere que “Portugal é um país de toscos, gerido por toscos chicos-espertos, onde aos três D (Democratizar, Descolonizar, Desenvolver) se sucederam os novos D (Democracia, Desigualdade, Desemprego), os três I (Incompetência, Inépcia, Injustiça) e os três C (Corrupção, Corrupção, Corrupção).". Acrescenta ainda que “A nação é tão miserável que as pessoas vendem-se por muito pouco…Até a rebeldia é tosca…”.

A conferência de imprensa de apresentação da obra lotou por completo, tendo acorrido em massa centenas de mutilados de guerra membros da Associação dos Deficientes das Forças Armadas, ex-companheiros de batalha do general que atravessava rios a pé ao lado dos seus soldados empunhando o seu pingalim e sem nunca descalçar as luvas brancas de pelica.
A sua declaração final foi recebida em apoteose: “ Vou voltar para África, para fazer uns safaris. Não há nada como a excitação da caça…o premir do gatilho…o cheiro do sangue…Em princípio, o Miguel Sousa Tavares irá ter comigo, como parte da pesquisa para o seu novo livro. Talvez venha também um seu companheiro de caça, um tal de José Sócrates…Vou reviver todas as glórias e o heroísmo da matança, desta vez com animais…”.

Atrocidades da guerra colonial portuguesa
África, séc.XX
(foto de Eduardo Gageiro)

Paris, Maio 68

Wassily Kandinsky
"Around the circle", 1940

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Naked Lunch


Edward Weston
"Rubber Dummy", 1939

sábado, 4 de abril de 2009

a song with no end

when Whitman wrote, "I sing the body electric"

I know what he
meant
I know what he
wanted:

to be completely alive every moment
in spite of the inevitable.

we can't cheat death but we can make it
work so hard
that when it does take
us

it will have known a victory just as
perfect as
ours.

Charles Bukowski, "a song with no end"

sábado, 28 de março de 2009

MONEY JUNGLE (History repeats itself...)


"Money Jungle",1962


"Fleurette Africaine" - Duke Ellington, Charlie Mingus, Max Roach
from "Money Jungle",1962

domingo, 15 de março de 2009

Ode to Joy


Beaker plays Beethoven

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009


Edward Weston
"Pepper Nº 30", 1930

domingo, 15 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Epifania


ABBA - "Dancing Queen"

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

SUICIDE-HOUSE

“A vida é uma peça, e quem a acha má tem dois recursos: pateá-la, é o meu caso; ou ir-se embora, o que é o caso dos suicidas. Suportar a farsa toda, lá por que a maioria gosta dela, um disparate! Os que se matam pagaram também o seu bilhete, e muito é que não reclamem o preço à saída, nem incomodem os que se ficam a rir, na plateia. Somente, como progride tudo, e o suicídio entrou de vez nos hábitos lisboetas, quisera eu que o proteccionismo do Estado, desviando a sua exclusiva solicitude de sobre os que só querem viver, organizasse também o serviço de morte voluntária, em termos de se proporcionar ao suicida um certo conforto.”

“― Interessantes cavalheiros se estão queixando de, por falta de comodidades, não poderem dar cabo dos canastros.
― E há vultos da galeria política que dizem por aí à boca cheia: como havemos nós de ir, sem veículo, àquela parte?
Estes clamores repetem-se incessantes, e o Estado haverá que prover sem delongas às necessidades que eles denunciam. Razão por que eu, deixando por agora aos Ripperts a argúcia de umas carreiras baratas, para o segundo dos aprazíveis pontos que citei, delibero facilitar por mim as viagens para o primeiro, oferecendo ao M. das Obras Públicas o plano de um casino-modelo para suicídios, que proponho seja instalado no centro da cidade, entre tribunais, hospitais, casas de mulheres, e casas de penhores.”

Fialho de Almeida, “Suicide-House”

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

The Dandy Club


Richard Dighton
"The Dandy Club", December, 29th, 1818


(clicar na imagem para ver tamanho real)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Curso de Pedantismo

Pedro Santana Lopes irá desenvolver algumas acções de formação cívica e para a cidadania, no âmbito da sua campanha para a Presidência da Câmara Municipal de Lisboa, sob a égide de António Guterres, Comissário das Nações Unidas para os Refugiados. Esta campanha, a título absolutamente excepcional, irá refugiar-se na corrente filosófica sebastianista, de que o slogan “O Regresso D’El Rei D.Sebastião, parte 33 1/3” constitui apenas um pálido reflexo.

A pedra de toque das iniciativas programadas será o Curso de Pedantismo a ter lugar na esplanada do Centro Nacional de Cultura(CNC), sob a orientação de Nuno Rogeiro. Os candidatos serão sujeitos a uma pré-selecção, devendo apresentar-se na esplanada do CNC munidos de um MacIntox portátil, de um ar blasé e de uma receita de cozinha de Hugo Ball. O corte de cabelo aristocrata será um factor preferencial na admissão, embora não eliminatório.A matéria distribuir-se-à por 5 módulos, a saber:

1) O Poder do Ego;

2) Cuidados a ter na escolha de um espelho;

3) A Importância de Ser de Boas Famílias;

4) A Arte de Ter Sempre Razão: refutação de Schopenhauer;

5) “I’m a star!”: produzir carisma através da auto-ajuda.

Paralelamente a este curso, irão decorrer alguns workshops de Pedantismo Alternativo na Galeria ZDB. Estes workshops serão ministrados pelos frequentadores habituais da ZDB, que não dispensam o look negligé chic (mais negligé que chic), o cabelo desalinhado de quem acordou há 5 minutos, ou vive na rua há 2 anos, ou os clássicos óculos de massa, imprescindíveis para a sua bagagem intelectual. De entre as inúmeras temáticas conceptuais previstas sobressaem duas linhas de acção directa dominantes: “Como fazer a revolução à porta fechada de copo na mão entre dois dedos de conversa e meia dúzia de cigarros(com ou sem aditivos)”, ou “Como aplaudir as propostas artísticas medíocres, elogiando as vestes do rei que desfila nú pela galeria”.

O Ciclo de Acções de Formação para a Cidadania culminará num pequeno jantar promovido pelo mandatário da campanha de Pedro Santana Lopes, o advogado José Miguel Júdice. Esta refeição frugal terá lugar no Restaurante “Eleven”, situado no topo do Parque Eduardo VII, do qual Júdice é um dos sócios. A ementa será composta pelas sobras do dia anterior, mais uma dose de lampreia para José Miguel – a sua iguaria predilecta – vinda expressamente do seu restaurante favorito em Coimbra, uma vez que o mandatário, com 59 anos, ainda não sabe cozinhar.

domingo, 25 de janeiro de 2009

O Espelho de Júdice

PRóLOGO
José Miguel Alarcão Júdice, advogado, ex-bastonário da Ordem dos Advogados, nasceu há 59 anos em Coimbra, na Quinta das Lágrimas. Propriedade da família que reabilitou e foi o início da construção de um grupo ligado ao turismo e à restauração.

INTRIGA
José Miguel Júdice, Advogado, por ele próprio

«Tudo o que ganhei numa vida de esforço e algum sucesso está investido em empresas familiares da economia real que dão emprego a centenas de famílias, não especulo na bolsa, pago os meus impostos sobre tudo o que ganho, continuo a investir praticamente todos os meus rendimentos, não levo uma vida de ostentação, luxo ou prazer.»

«Faço férias curtas. Uma semana no Algarve e depois uma viagem entre Bilbau e San Sebastián. Vou com a minha mulher de avião até Bilbau, aí alugo um carro. Vou ao Museu Guggenheim, ao restaurante Arzak e a uma tourada em San Sebastián. Depois faremos um circuito Relais & Chateaux no sul de França, Bordéus, castelos do Loire e Paris.»

Crise económica em Portugal

«Claro que a ganância e a fraude têm culpas no cartório.Sem dúvida que as injustiças sociais destroem a coesão nacional.É evidente que baixas remunerações dificultam a motivação e o altruísmo.»

«O problema reside em todos e cada um de nós.Temos de trabalhar mais.»

«No fundo, temos de perder poder de compra e direitos sociais,(…) temos de trabalhar mais horas com a mesma ou menor remuneração(…)»

«Estarei sempre do lado dos que são atacados, punidos, castigados, por falarem. Porque já fui vítima por falar. Portugal é um país de vidrinhos ou de vidrecos...»

«Eu sou susceptível. Quando dizem que quero tachos fico ofendido, mas não vou pôr um processo a Telmo Correia! Ele definiu-se a si próprio daquela maneira e foi castigado, porque Deus existe…»

«Somos um país muito merdoso!»

«Quem governa tem de se encher de paciência, tem às vezes de ter vergonha de quem está a governar.»

Para que é que lhe falta paciência?

«Para os merdosos, para os que mordem pela calada, para os que fazem salamaleques à frente e atacam pelas costas, para os que não são sérios, para os corruptos, para os mentirosos, para os que não respeitam os que sofrem, para os que abusam dos seus privilégios, quer sejam milionários ou trabalhadores por conta de outrem, para todos aqueles que deveriam ter vergonha de se olhar ao espelho.»

EPÍLOGO
O espelho de Júdice não resistiu e quebrou-se nas suas mãos.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Hundertwasser


Hundertwasser
"Big Way",1955


Hundertwasser
"The Five Skins of Man",1998

domingo, 11 de janeiro de 2009


Ryuichi Sakamoto
"Merry Christmas, Mr.Lawrence"

Freedom

"Where the mind is without fear and the head is held high;
Where knowledge is free;
Where the world has not been broken up into fragments
by narrow domestic walls;
Where words come out from the depth of truth;
Where tireless striving stretches its arms towards perfection;
Where the clear stream of reason has not lost its way into
the dreary desert sand of dead habit;
Where the mind is led forward by thee into ever-widening
thought and action—
Into that heaven of freedom, my Father,
let my country
awake."

Rabindranath Tagore, “Gitanjali”