domingo, 25 de janeiro de 2009

O Espelho de Júdice

PRóLOGO
José Miguel Alarcão Júdice, advogado, ex-bastonário da Ordem dos Advogados, nasceu há 59 anos em Coimbra, na Quinta das Lágrimas. Propriedade da família que reabilitou e foi o início da construção de um grupo ligado ao turismo e à restauração.

INTRIGA
José Miguel Júdice, Advogado, por ele próprio

«Tudo o que ganhei numa vida de esforço e algum sucesso está investido em empresas familiares da economia real que dão emprego a centenas de famílias, não especulo na bolsa, pago os meus impostos sobre tudo o que ganho, continuo a investir praticamente todos os meus rendimentos, não levo uma vida de ostentação, luxo ou prazer.»

«Faço férias curtas. Uma semana no Algarve e depois uma viagem entre Bilbau e San Sebastián. Vou com a minha mulher de avião até Bilbau, aí alugo um carro. Vou ao Museu Guggenheim, ao restaurante Arzak e a uma tourada em San Sebastián. Depois faremos um circuito Relais & Chateaux no sul de França, Bordéus, castelos do Loire e Paris.»

Crise económica em Portugal

«Claro que a ganância e a fraude têm culpas no cartório.Sem dúvida que as injustiças sociais destroem a coesão nacional.É evidente que baixas remunerações dificultam a motivação e o altruísmo.»

«O problema reside em todos e cada um de nós.Temos de trabalhar mais.»

«No fundo, temos de perder poder de compra e direitos sociais,(…) temos de trabalhar mais horas com a mesma ou menor remuneração(…)»

«Estarei sempre do lado dos que são atacados, punidos, castigados, por falarem. Porque já fui vítima por falar. Portugal é um país de vidrinhos ou de vidrecos...»

«Eu sou susceptível. Quando dizem que quero tachos fico ofendido, mas não vou pôr um processo a Telmo Correia! Ele definiu-se a si próprio daquela maneira e foi castigado, porque Deus existe…»

«Somos um país muito merdoso!»

«Quem governa tem de se encher de paciência, tem às vezes de ter vergonha de quem está a governar.»

Para que é que lhe falta paciência?

«Para os merdosos, para os que mordem pela calada, para os que fazem salamaleques à frente e atacam pelas costas, para os que não são sérios, para os corruptos, para os mentirosos, para os que não respeitam os que sofrem, para os que abusam dos seus privilégios, quer sejam milionários ou trabalhadores por conta de outrem, para todos aqueles que deveriam ter vergonha de se olhar ao espelho.»

EPÍLOGO
O espelho de Júdice não resistiu e quebrou-se nas suas mãos.

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